segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sam Dunn

Estamos vivendo um momento interessante da história. O apego morreu! Há alguns anos as pessoas possuíam seu livro de estimação, ouviam incansavelmente o mesmo disco de sua banda favorita, jogavam o mesmo jogo durante meses, usavam um mesmo equipamento até conhecê-lo por completo. Naquele tempo era possível se apegar a estas coisas, observar as minúcias de uma capa, conhecer cada imagem, cada som, decorar uma passagem favorita e principalmente compartilhar essas experiências. Isto aproximava as pessoas, deixava marcas em suas vidas. É comum, ainda hoje, encontrar pessoas que tiveram esses momentos a muito tempo e que ainda se lembram dos mínimos detalhes.

Mas isso deixou de acontecer. A internet e o acesso à banda larga contribuíram para esta mudança. A necessidade de acompanhar as novidades sobre o que nos é importante aliada a velocidade e a quantidade com que estas novidades ficam disponíveis impossibilita que qualquer elo seja criado. Algo que chama sua atenção hoje logo será esquecido por algo que surgirá amanhã e assim depois de amanhã e no dia seguinte. Com isso você tem muito mais acesso a informações e objetos de seu interesse, mas eles já não marcam sua vida como antigamente...


... sendo assim, você pode até estar online, mas está realmente conectado a alguma coisa?!?


No meio desse grande vazio criado pela "torrente" de informações disponíveis surgiu algo memorável:


Metal: A Headbanger's Journey!!! É simplesmente o melhor documentário já filmado sobre a história do metal! Devo tê-lo assistido umas vinte vezes, até agora. Sam Dunn, um metaleiro canadense, que se formou em antropologia a utilizou para estudar os motivos que fazem com que algumas pessoas odiarem o Heavy Metal e principalmente para entender o que faz com que o restante ame o estilo. A fundamentação perfeita e densa sobre sua origem, raízes, a componente religiosa, a componente sexual e a divisão do estilo em gêneros e subgêneros torna este documentário um marco na história! Toda a fundamentação é feita através de entrevistas com integrantes de algumas das bandas mais importantes de todos os tempos: Ronnie James Dio (Black Sabbath/ Dio/ Elf/ Rainbow), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Tony Iommi (Black Sabbath), Dee Snider (Twisted Sister), Geddy Lee (Rush), John Kay (Steppenwolf), Lemmy (Motorhead), Alice Cooper (Alice Cooper), Tom Morello (Rage Against the Machine), Alex Webster (Canibal Corpse), Mark Morton (Lamb of God), Rob Zombie, Korn, ...

Sua obra foi, após um longo tempo, a produção que me trouxe de volta aquela sensação de estar realmente conectado a algo. É uma OBRA PRIMA!! Se você se interessa pelo assunto ou pelo estilo músical TEM QUE assistir!


Também foi através desse documentário que descobri a existência de Wacken Open Air!!! O Maior Festival de Metal do Mundo!!! Mais de 70.000 headbangers reunidos em uma fazenda na Alemanha durante 4 dias acompanhando as maiores bandas de metal! É a meca dos metaleiros. Se o Valhalla existe ele fica em Wacken! ,\,,/


Após o enorme sucesso do primeiro documentário Sam Dunn deu continuidade a sua pesquisa e resolveu estudar o papel do Heavy Metal na globalização. Buscou seu significado nas diversas partes do mundo, cada qual afetadas por fatores políticos, religiosos e culturais diferentes. Assim nasceu Global Metal: The Metal Journey Continues. Este segundo documentário é de arrepiar assim como o anterior e seus primeiros 20 minutos se passam no Brasil!!!

Além das entrevistas matadoras com as grandes bandas: Angra, Sepultura, Metallica, Megadeth; este novo documentário permite conhecer um pouco mais da cultura mundial relacionada ao Metal contada por integrantes de bandas das localidades visitadas: Japão, India, China, Israel, ... É outra OBRA PRIMA. TEM QUE assistir!


E para alguém que a princípio era apenas um fã de metal, seu terceiro filme foi mais como um prêmio por suas fantásticas produções. Em Flight 666, Sam Dunn acompanha e documenta o Iron Maiden em turnê mundial. Prêmio mais que merecido para ele e sorte para nós que podemos acompanhar tudo o que se passa na uma turnê de uma das maiores e mais importantes bandas da atualidade.

E faço minhas as palavras dele:
"Desde que tive 12 anos, tive que defender meu amor pelo Heavy Metal contra quem o classificasse de forma de música barata. Minha resposta agora é que ou o sente, ou não. Se o Metal não te provoca essa envolvente sensação de poder, e não faz com que se arrepiem os pelos da nuca, talvez nunca o compreenda. E sabe o que mais? Tá tudo ok. Porque, a julgar pelos milhares de metalheads que me rodeiam, estamos bastante bem sem você." - Sam Dunn

2 comentários:

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